A pesquisadora brasileira que participa do Sínodo expõe o entendimento “de que a visão múltipla da Amazônia ou das ‘amamazônias’ se projeta nas ‘sociodiversidades’ regionais”. Estas “sociodiversidades”, continua Ima, são compostas por “modos de vida que entrelaçam natureza e trabalho de maneira que os contextos geográficos interagem em diferentes escalas”.
Esta ideia de inter-relação, é refletida nas transformações por que passa a Amazônia. Os efeitos dessas mudanças se expandem em quase todos os lugares da região, como os conflitos sociais e a degradação ambiental, por exemplo.
Ima Vieira também destacou como elemento da sociodiversidade os povos indígenas isolados, cujo maior concentração está no Brasil, com 114 registros reconhecidos e 28 confirmados, em uma área superior a 60 milhões de hectares, segundo a pesquisadora, que atua no Museu Paraense Emíliio Goeldi.
“São povos de inúmeras designações e pertencimentos étnicos e optaram por isolamento voluntário”, situa. Segundo Ima, os povos isolados “são sobreviventes de sucessivos ciclos econômicos na Amazônia, uma história de massacres e perseguição”. Para ela, “é hora de ter um olhar sobre eles”.
Ima sustenta ser um dever cidadão “e, antes de tudo, um ato de amor e compaixão, que a gente lute pela vida, pelo bem-estar desses povos isolados no Brasil”. Seu pedido é que haja o comprometimento neste sínodo na luta pelos povos e pela garantia de um território “ecologicamente equilibrado, protegido e sustentável”.
Dom Roque Paloschi, que pela manhã pôde partilhar aos padres sinodais a realidade dos povos isolados a partir da atuação do Conselho Indigenista Missionário/Cimi, comentou sobre o dia de trabalho destacando a multiplicidade de temas, como a riqueza encontrada na floresta: “há muitos tipos de árvores, flores, animais e as temáticas mostram esse retrato do planeta”.
Fonte: REPAM
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